A maior paixão do brasileiro, o futebol, foi novamente o tema central de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) nesta semana, em Brasília. John Textor, dono da SAF do Botafogo, disparou acusações sobre supostas manipulações de jogos durante depoimento na CPI das apostas esportivas. 

O mundo da bola também tem seu lado obscuro e sem lei, entrando de cabeça no universo das apostas esportivas online, que carecem de fiscalização e monitoramento. Desde 2022, cinco operações policiais foram realizadas com o objetivo de desbaratar organizações criminosas que aliciavam atletas para ganhar dinheiro com apostas online. A maior delas, comandada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), já está em sua terceira fase e denunciou até o momento vinte e um jogadores e todos os integrantes da quadrilha que os aliciavam. 

A notícia reacende um debate antigo, que inclusive conta com projetos de lei tramitando no Congresso Nacional: o Brasil está pronto para legalizar as casas de apostas? O que está por trás da tentativa de abertura de espaços voltados a exploração dos jogos de azar? Se por um lado os defensores da legalização apontam para as perspectivas econômicas, como geração de empregos e aumento na arrecadação, os críticos da medida alertam para os riscos causados pelo vício. 

Um levantamento do departamento de psiquiatria da USP aponta que o Brasil tem atualmente dois milhões de viciados, quase 1% da população. Só o ambulatório do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas recebe cerca de 150 casos novos por ano. 

De acordo com Marcelo Palácio, da clínica terapêutica Casa Despertar, em Aquiraz-CE, “a dependência por apostas é semelhante à dependência química. O vício faz com que a pessoa coloque a vida em risco, pegando dinheiro emprestado com agiotas para apostar”, afirma Palácio. “Quando o jogador ganha, sente aquela dopamina, uma sensação de prazer parecida com a produzida pelo uso de entorpecentes. Quando perde, tem a mesma depressão e ressaca moral que a droga traz”, explica. 

A experiência causada recentemente com as apostas online assusta quando pensamos na possibilidade da abertura física das salas, os chamados cassinos, ainda mais considerando as características nacionais, em especial a desigualdade social e a ausência por parte do Estado de estruturas de segurança e saúde públicas aptas a arcar com possíveis consequências associadas ao jogo, como aumento do índice de dependência e vício em álcool e drogas. Definitivamente o jogo de azar é um grande problema. 

O estímulo a dependência pode acarretar problemas graves de saúde mental, cognição e relacionamentos. Reportagens recentes mostram filhos que perderam contato com os pais, término de casamentos, além de levar à falência e à criminalidade. 

Estimativa mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 apontou para uma perda global anual dos apostadores de US$ 400 bilhões. É preciso que os órgãos executivos públicos de fiscalização sejam suficientes e com estrutura adequada para controlar os jogos, de forma a evitar (e não permitir) ações criminosas e mafiosas, bem como impedir ouso do jogo como possível canal para lavagem de dinheiro, o que atualmente não parece ser uma realidade. Sem essa estrutura, a especulação sobre abertura e legalização de cassinos no Brasil ainda parece trazer mais insegurança, sem a garantia que as novas salas não se somarão as diversas operações clandestinas já existentes. Vamos acompanhar.

OPINIÃO DO PASTOR SILAS MALAFAIA EM SEU CANAL NO YOUTUBE SOBRE A LEGALIZAÇÃO DOS CASSINOS NO BRASIL

“Isso (a legalização dos jogos de azar) é uma coisa tão desgraçada que só interessa a grupos econômicos poderosos e lavagens de dinheiro de corrupto. Não beneficia em nada a economia do país. Não venham aqui fazer comparações com Estados Unidos, com a Europa, que é um outro nível social. É a desgraça da nossa sociedade. Nós não precisamos mais alimentar a cadeia de vícios que não contribui em nada: destrói a pessoa humana, destrói a família e leva as pessoas a falência econômica”.

Imagem ilustrativa: djedj por Pixabay

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