O Jornal de Socorro entrevistou, Bráulio Conti Júnior – o Braulinho, dentista, produtor de leite e criador de gado de corte, e proprietário da Fazenda Sobrama, cuja história se entrelaça com a terra e o gado desde a infância. Aos 62 anos, Braulinho, como os mais próximos o chamam, mantém viva a tradição familiar de produção leiteira, um legado que começou com seu avô e foi passado de geração em geração. “Desde que me conheço como gente, eu estou nesse meio. Era do meu avô, passou para o meu pai e agora é comigo. Fazem 34 anos que ele faleceu, e eu assumi as rédeas do negócio”, conta Bráulio com orgulho.

A fazenda, localizada em Socorro, é composta por quatro propriedades interligadas, onde ele gerencia a produção de leite e cria o gado a pasto. Atualmente, ele ordenha cerca de 40 vacas leiteiras, produzindo em média 500 litros de leite por dia. “Estamos na entressafra, mas com as vacas entrando em lactação, essa produção tende a aumentar”, explica.

O gado Girolando, uma mistura das raças Holandesa e Gir, é a escolha de Bráulio pela sua rusticidade e bom desempenho a pasto. “O manejo é mais fácil e a produção de leite é satisfatória”, afirma. A perseverança, paciência e amor pela atividade são, segundo Bráulio, os ingredientes essenciais para o sucesso na produção de leite. “Gostar do que faz é fundamental. Sem isso, não tem como seguir em frente.”

Bráulio já trabalhou com aprimoramento genético, incluindo transferência de embriões e inseminação artificial. Atualmente, ele foca na monta natural, utilizando touros selecionados pela índole, rusticidade e produção leiteira. “A rusticidade é crucial por causa do manejo. Às vezes, é melhor perder um pouco na produção de leite para ganhar em facilidade de manejo.”

Um dia típico na fazenda envolve a ordenha e o trato das vacas, mas Bráulio destaca que as variáveis do dia a dia, como consertos de cercas e equipamentos, são desafios constantes. “É preciso ser resiliente. Todo dia tem algo novo para resolver.”

A infraestrutura necessária para a produção de leite inclui cocheiras, tanques de resfriamento e alimentação adequada, com sal mineral e ração. “É preciso conhecer as vacas para saber quais respondem melhor à suplementação”, diz Braulinho.

Apesar das adversidades, como a falta de mão de obra, Bráulio se mantém resiliente. “A produção de leite está diminuindo, mas quem persevera encontra formas de se manter. Estamos enfrentando uma seca de 56 dias, o que nos obrigou a reformular a dieta dos animais.”

Bráulio conclui com uma reflexão sobre o futuro: “Estou diminuindo a produção, pois sem sucessor, é hora de tirar o pé do acelerador. A pecuária de leite gera muitos empregos e precisa de muita atenção, mas mesmo assim, seguimos em frente, com paciência e perseverança.”

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